quarta-feira, 24 de junho de 2009

Anonimato

Mergulhar anônimo na tessitura anônima, com a inocência de que se é feito. CL por Venenos Poderosos

Que terra lavra o teu nome?
Trigal
Raiz, pão?


Que sopro leva o teu nome?
Arado de ar
Bolha de sabão?


Que lance guarda o teu nome?
Emboscada, cilada
Escada de Escher, ilusão?


Que lugar abriga o teu nome?
Canto, muro
Vácuo, canção?


Que língua traduz o teu nome?
Fogo, fel
Fruta, facão?


Que traço risca o teu nome?
Poema sujo
Garatuja, borrão?

O nome
Afinal
Delirou seu remate
No peito um punhal
Matou-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário